O presidente da Fenae e as diretoras da entidade, Sergio Takemoto, Rachel Weber e Giselle Menezes, respectivamente, participaram nesta quarta-feira (28) da cerimônia de transmissão de cargo do Ministério das Mulheres. Márcia Lopes, assume a pasta no lugar de Cida Gonçalves. O evento foi realizado com a presença de ministros, parlamentares e representantes de entidades e de movimentos sociais, no Teatro da Caixa, em Brasília (DF). 

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Durante a cerimônia, foram feitas menções ao episódio envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que foi alvo de ataques de parlamentares no Senado nesta terça-feira. O assunto foi levantado em diferentes momentos do evento.

Primeira a discursar, a ex-ministra Cida Gonçalves destacou que sua gestão no Ministério das Mulheres marcou a retomada da agenda de políticas públicas para as mulheres, após anos de desmonte institucional. Ela ressaltou que assumiu o Ministério, criado por decisão do presidente Lula, sem estrutura, equipe ou orçamento, simbolizando o descaso do Estado com mais de 52% da população brasileira, que são mulheres. Ela citou a retomada e programas e a criação de novas agendas. 

Cida Gonçalves denunciou a persistência da violência política de gênero, como os ataques à ministra Marina Silva, e reiterou que sua trajetória seguirá junto ao movimento feminista. “Agradeço ao presidente Lula, à equipe e às mulheres do Brasil, reafirmo minha confiança de que a nova ministra, Márcia Lopes, dará continuidade ao fortalecimento das políticas públicas para as mulheres, em nome da democracia, da igualdade e do compromisso com o serviço público”, destacou.

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A ministra de Relações Institucionais da Presidência, Gleisi Hoffmann, iniciou sua fala saudando e agradecendo à ex-ministra Cida Gonçalves pela sua contribuição na reconstrução do Ministério das Mulheres e na defesa dos direitos femininos. Reforçou também a importância do ato de posse de Márcia Lopes como um gesto de desagravo e solidariedade à ministra Marina Silva, “vítima de um ataque misógino e covarde no Senado”. Segundo Gleisi, é inaceitável e é reflexo de uma cultura machista ainda presente na sociedade e na política brasileira.

“Somente em 2003, no primeiro governo Lula, que o país instituiu, com status ministerial, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, marco fundamental na formulação de políticas públicas feitas com e para as mulheres. Reafirmo o compromisso da Secretaria de Relações Institucionais em apoiar o Ministério da Mulheres na articulação com outros órgãos do governo e no Congresso Nacional, defendendo que a luta pela igualdade e pelos direitos das mulheres siga como uma agenda central para o governo e para o fortalecimento da democracia. Viva as mulheres brasileiras!", finalizou Gleisi Hoffmann. 

A nova ministra, Márcia Lopes, iniciou seu discurso agradecendo a presença de ministros, deputadas, movimentos sociais e, especialmente, sua família. Fez uma homenagem especial à ex-ministra Cida Gonçalves, à equipe que atuou na reconstrução do Ministério das Mulheres e à ministra Marina Silva, destacando sua resistência diante dos ataques misóginos e covardes que sofreu recentemente.

“O Ministério das Mulheres é fruto de décadas de lutas dos movimentos feministas e não de concessões. Assumir a pasta é um compromisso ético, político e civilizatório com mais de 100 milhões de brasileiras, de todas as raças, territórios e realidades. A luta pela igualdade de gênero é central para a democracia e para o desenvolvimento do país”, afirmou Márcia Lopes. Ela apresentou ainda os compromissos estratégicos que vão orientar sua gestão. "Mudar a vida das mulheres é mudar o mundo. Mãos à obra. Vamos juntas e juntos nessa grande empreitada”, encerrou.

“Fenae com Elas”

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Durante a transmissão de cargo, os representantes da Fenae tiveram a oportunidade de reforçar com a nova ministra as ações da entidade em defesa das mulheres, como a campanha “Fenae com Elas”, que faz parte de um esforço assumido por meio da assinatura de uma carta-compromisso com o Ministério das Mulheres, no ano passado, em adesão à campanha da pasta “Feminicídio Zero”. 

“Essa parceria inclui medidas urgentes e concretas para prevenir e erradicar o feminicídio no país, principalmente. Além disso, a Fenae reafirma seu compromisso na defesa dos direitos das mulheres, com a equidade de gênero dentro e fora das instituições e na implementação de ações no combate à violência contra as mulheres e meninas, como estamos fazendo nos 27 projetos da parceria com as Apcefs e apoio da ONG Moradia e Cidadania”, explicou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. 

Para a diretora de Políticas Sociais da Fenae, Rachel Weber, “a realização da transmissão de cargo no dia de hoje é bastante relevante depois do episódio ocorrido com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Senado, que a gente oferece toda a nossa solidariedade”. “Queremos reforçar que o desrespeito às mulheres não vai ter vez. Podemos testemunhar aqui, na cerimônia, tanto da ex-ministra Cida Gonçalves como da nova Márcia Lopes, muitas contribuições para a luta em combate à violência de gênero. Com muito otimismo, a Fenae vai seguir parceira do Ministério das Mulheres, com os nossos projetos em defesa da mulher e pelo fim do feminicídio”, afirmou.  

Giselle Menezes, diretora de Impacto Social da entidade, também falou sobre o protagonismo feminino nos projetos sociais da Fenae e em todas as ações desenvolvidas no edital 004 da Fenae, que tem como foco as mulheres. 

"Foi uma honra estar presente nesse momento tão simbólico para a agenda dos direitos das mulheres no Brasil, durante a cerimônia de transmissão de cargo no Ministério das Mulheres. Esse ato reforça, mais uma vez, a urgência de fortalecermos políticas públicas que promovam o cuidado, o enfrentamento à violência e a equidade de gênero. Seguimos mobilizados, por meio da nossa campanha ‘Fenae com Elas', que dá voz e protagonismo às mulheres nos projetos sociais, nas campanhas das nossas associações e nos editais que impactam diretamente a vida de milhares de brasileiras”, reforçou.