Desde sua criação, em 1º de junho de 2004, o Saúde Caixa tornou-se um benefício essencial para garantir assistência e acesso a serviços de saúde de qualidade aos empregados, aposentados e pensionistas da Caixa Econômica Federal. Assim como a sua origem, a manutenção do modelo que conhecemos hoje é fruto de muitas lutas coletivas dos próprios trabalhadores ao longo dos anos.

Mais do que um plano de saúde, ele representa a valorização dos empregados dentro da instituição financeira pública. Apesar da sua importância estratégica para a manutenção da qualidade de vida dos trabalhadores da ativa e aposentados, nos últimos anos os usuários vêm assistindo a uma de suas principais conquistas ser ameaçada por cobranças abusivas. 

Atualmente, os empregados já arcam com um valor muito superior aos 30% definidos no acordo específico do Saúde Caixa como sendo a parte de responsabilidade dos trabalhadores. A manutenção do teto de 6,5% da folha de pessoal para o custeio do plano tem onerado cada vez mais os usuários. Aliada a essa cobrança abusiva, o plano já não está suprindo as necessidades dos empregados, como a piora no atendimento e na redução da rede credenciada.  Mais do que garantir a manutenção do Saúde Caixa, é urgente que a atual gestão da Caixa respeite essa conquista dos empregados. Caso contrário, o plano poderá se tornar inviável para grande parte dos usuários.

Abro aqui um parêntese para destacar a importância estratégica do plano durante os dois anos da pandemia de Covid-19. Naquele período, em que o Brasil e o mundo enfrentaram uma das maiores emergências sanitárias da história, a atuação dos funcionários da Caixa foi fundamental para garantir o pagamento de benefícios essenciais a milhões de brasileiros, como o Bolsa Família e o auxílio emergencial, além de viabilizar outras políticas públicas urgentes. Ao arriscarem suas vidas para atender a sociedade em um momento tão crítico, os empregados do banco contaram com o Saúde Caixa como suporte fundamental e determinante durante a pandemia.

Neste 17 de junho, diversas entidades representativas dos bancários promoverão o Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa, ocasião em que os empregados estarão mobilizados para reivindicar reajuste zero nas mensalidades e melhorias no plano. Uma das ações previstas para esse dia será a leitura de uma carta aberta nas unidades da Caixa em todo o país.

Com o título “Quem cuida do Brasil merece ser cuidado”, o documento é assinado pela Fenae, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), pelas centrais sindicais CUT, CTB e Intersindical, além da Federação Nacional das Associações dos Aposentados e Pensionistas da Caixa (Fenacef).

A luta é contra o teto, por melhor gestão, pela sustentabilidade do plano e pela preservação dos princípios que o tornaram justo: solidariedade, mutualismo e pacto intergeracional.

Como presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), uno-me às demais entidades para assinar a carta aberta dirigida à direção do banco. É preciso deixar claro: os empregados da Caixa merecem respeito.

Sergio Takemoto
Presidente da Fenae