A Fundação dos Economiários Federais (Funcef) anunciou o balanço de 2023 nesta terça-feira (26). No ano, a rentabilidade acumulada foi de 12,46%, superior à meta atuarial, de 8,37%. O resultado alcançado pela Fundação reflete o bom desempenho econômico do país. 

Todos os planos de benefício superaram a meta atuarial - REG/Replan Saldado alcançou de 11,79% e REG Replan Não Saldado, 12%. Já o Novo Plano BD (aposentados) atingiu 11,38% e REB BD, 10,86%. Destaque para cota dos ativos (CD) no Novo Plano e REB, que alcançaram, respectivamente, 14,02% e 14,32%. O resultado gerou um superávit consolidado de R$ 701,1 milhões.

Sobre os resultados dos planos, a Funcef destacou o fim do equacionamento do REG/Replan Não Saldado. Embora a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) considere a boa notícia, lembra que este resultado também é consequência da mudança do regulamento no plano e a implementação da CGPAR 25, que retirou direitos e reduziu os benefícios futuros dos participantes (leia matéria sobre o assunto aqui)

A Fundação fechou o ano com R$ 104,7 bilhões em ativos, um crescimento de 10,46% em relação a 2022. O resultado dos investimentos foi 21% maior em comparação ao ano anterior, atingindo R$ 11,7 bilhões.

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A rentabilidade do ano foi impulsionada, sobretudo, pelos investimentos em Renda Variável (18,01%), Operações com Participantes (12,73%) e Outros Investimentos (12,39%).

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Alocação dos investimentos - A Funcef informou que manteve a migração de recursos para renda fixa, que corresponde a 72% dos recursos investidos. Em 2022, essa proporção era de 67,81%. Embora a estratégia seja compreensível, dado o contexto de alta na taxa básica de juros, é importante destacar que os fundos de pensão, especialmente aqueles associados entidades públicas, desempenham um papel significativo no desenvolvimento a longo prazo para o país. Entretanto, nota-se uma diminuição nos aportes na economia real. Atualmente, investimentos estruturados representam apenas 0,61% do portfólio de investimentos da Fundação, sendo este o segmento com menor alocação de recursos.

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A Funcef destacou como “uma novidade importante” os investimentos no exterior. Foi a primeira vez que este investimento foi realizado pela Fundação, a partir do terceiro trimestre. A meta atuarial para este investimento foi de aproximadamente 3%. O retorno para REB ficou em 5,88% e para o Novo Plano, 6,91%. 

Na avaliação da Fenae, a decisão de fazer investimento no exterior é controversa. A Funcef confirma que tais investimentos são direcionados para economias mais maduras, que são locais em que as taxas de retorno dos investimentos costumam ser inferiores às que podem ser alcançadas através de investimentos em nosso país.

Desafios para 2024 - Durante a apresentação do balanço, o presidente da Funcef, Ricardo Pontes, falou sobre os desafios para 2024. Entre eles está o equacionamento do REG/Replan Saldado. Pontes informou que o Grupo de Trabalho com a Caixa ainda busca alternativas para o problema. Outro desafio são as revisões do regulamento dos planos para adequação às novas legislações. Segundo Pontes, a Fundação está em discussão com a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). 

Pontes também mencionou o avanço na incorporação do REB ao Novo Plano, destacando o progresso interno, junto à Previc e à Caixa, e expressando expectativas de conclusão ainda neste semestre.

Outro desafio para a Funcef é resolver a situação das Mulheres Pré-79 (leia matéria da Fenae sobre o direito dessas mulheres). Pontes explicou que tem buscado “alternativas justas” para as pessoas nesta condição. Sobre o acordo de leniência com a J&F, a Funcef destacou que tem acompanhado todo o imbróglio está atuando para garantir o recurso de R$1,75 bilhão, que é direito da Fundação.