Com escuta ativa, troca de experiências e orientação técnica, a Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) realizou nesta terça-feira (5), de forma híbrida, um encontro com presidentes das Apcefs, coordenações estaduais da ONG Moradia e Cidadania, lideranças comunitárias e representantes de projetos sociais apoiados pelas entidades. A assessoria jurídica da Fenae, a LBS Advogadas e Advogados, apresentou informações técnicas e orientou os representantes dos projetos em como auxiliar meninas e mulheres vítimas de violência. 

A advogada Luciana Barretto fez uma apresentação com conteúdo prático e acessível sobre os direitos das mulheres, as formas de buscar ajuda e os canais de denúncia. Ela abordou temas como machismo, Lei Maria da Penha, boletins de ocorrência, como preservar provas de assédio e violência, atendimento jurídico, recursos como o aplicativo “Clique Cidadania” do governo federal, e a atuação de órgãos como Ministério Público, Defensorias Públicas e centros de acolhimento.

A iniciativa faz parte da campanha “Fenae com Elas” e teve como objetivo principal ampliar os conhecimentos sobre acolhimento e encaminhamento de denúncias de violência contra as mulheres, especialmente nos territórios em que os projetos sociais do edital 004 estão em andamento, com foco em orientações jurídicas. A reunião foi marcada por relatos emocionados, dúvidas práticas e partilhas de experiências de quem atua diretamente com as comunidades. 

“Essa reunião nasceu da necessidade real de ampliarmos a escuta e aprofundarmos nosso conhecimento sobre como agir diante de denúncias. Queremos fortalecer nossa rede de proteção às mulheres”, afirmou a diretora de Impacto Social da Fenae, Giselle Menezes, na abertura do encontro.     

O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, destacou o papel social transformador dos projetos e a urgência de preparar as equipes para enfrentar a crescente demanda por acolhimento. 

“Fico emocionado a cada projeto que conheço, quando vou pessoalmente conhecer o trabalho desenvolvido. É tocante ver como essas ações transformam vidas e comunidades. Mas também é fundamental nos prepararmos para lidar com os casos de violência contra meninas e mulheres, que infelizmente têm aumentado. Destaco aqui o caso de uma mulher que sofreu uma tentativa de feminicídio em Natal (RN), nos últimos dias. Esse caso, assim como grande parte da população, me deixou horrorizado e nós, entidades, precisamos estar preparados para lidar com essas situações”, alertou.

“Não se trata de transformar ninguém em especialista jurídico, mas de oferecer segurança para que saibam como agir e orientar. Ter esse canal aberto com a assessoria jurídica nos torna mais fortes”, destacou a diretora da Fenae Lourdes Barboza, ao lembrar o aumento dos casos de feminicídio no país e a necessidade constante de formação das lideranças.

Laurêncio Körbes, presidente da ONG Moradia e Cidadania, também elogiou a iniciativa. “Parabenizo essa ação por nos permitir aprofundar os conhecimentos sobre direitos e sobre como lidar com situações que infelizmente ainda fazem parte da nossa realidade. Precisamos estar preparados para acolher e orientar”. 

O encontro, que reuniu mais de 40 participantes, integra as ações do edital 004 da Fenae e Apcefs, com a parceria da Moradia e Cidadania, e a carta-compromisso assinada com o Ministério das Mulheres. 

Para a diretora de Políticas Sociais da Fenae, Rachel Weber, essa mobilização é parte do compromisso da entidade com a equidade de gênero e o enfrentamento à violência. “Quando colocamos o dedo na ferida e abrimos esse espaço de troca com uma profissional da área, conseguimos avançar. Essa reunião nasce dessa urgência de construir conhecimento coletivo”, disse. Rachel também destacou os cursos oferecidos pela Fenae, nas plataformas Fenae Transforma e Rede do Conhecimento, voltados para as mulheres, com foco no enfrentamento à violência, direitos adquiridos e empoderamento financeiro. 

A reunião reforçou o compromisso da Fenae em criar pontes de apoio e oferecer ferramentas para que todas as pessoas envolvidas nos projetos saibam como agir diante de situações de violência. O fortalecimento da autonomia financeira das mulheres e a criação de redes de acolhimento seguem como pilares das ações desenvolvidas. Como resumiu a advogada Luciana Barretto: “As mulheres que nos procuram estão fragilizadas. O acolhimento é o primeiro passo para que tenham forças de seguir”. 

Durante a reunião, a Fenae apresentou um vídeo em que mostra quais os cursos para as mulheres estão disponíveis e o conteúdo programático de cada um. Veja: