A Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), foi ocupada pela Marcha da Classe Trabalhadora, nesta terça (29). Da mobilização, organizada pelas centrais sindicais como parte do calendário do 1º de Maio e da Jornada de Lutas, participaram caravanas de trabalhadores de todo o país.  À tarde, representantes das centrais sindicais foram recebidos pelo presidente Lula.  

A Marcha em Brasília tem como pautas a redução da Jornada de Trabalho, sem redução salarial e o fim da escala 6X1. As centrais defendem ainda a isenção do imposto para quem tem renda até R$ 5 mil; as pautas dos trabalhadores e trabalhadoras no Serviço Público das esferas municipal, estadual e federal, com a valorização do serviço público, fim do confisco, pela manutenção do RJU (Regime Jurídico Único), pela regulamentação da negociação coletiva (Convenção 151); a valorização da Agricultura Familiar, o cumprimento da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres, combate ao racismo e à LGBTQIA+fobia, entre outras reivindicações.

Dentre as diversas categorias presentes na manifestação estavam os bancários, representados por sindicatos, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), que foi representada pelos diretores Sergio Takemoto (presidente); Rachel Weber ( Políticas Sociais), Leonardo Quadros (Saúde e Previdência), Rafael de Castro (Esportes), Rita Lima (Assuntos de Aposentados e Pensionistas) e Moacir Carneiro (Comunicação e Imprensa).

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“Esta marcha é fundamental, porque demonstra a unidade de todas as centrais na luta por melhores condições de trabalho e por melhores salários para toda a classe trabalhadora. Para nós, bancários, é importante, por exemplo, a isenção do imposto de renda no pagamento da PLR, isenção do imposto de renda para faixa até 5 mil reais, dentre as outras pautas. Por isso, é importante a nossa participação na marcha”, disse Sergio Takemoto, presidente da Fenae.

A diretora de Assuntos de Aposentados e Pensionistas da Fenae reforça a atuação da pauta defendida pelas centrais. “Foi uma iniciativa muito importante para pressionar o governo a atender nossa pauta unificada de todas as centrais. Uma demonstração importante da nossa capacidade de mobilização e unidade de ação e luta. A Fenae está sempre presente na defesa dos direitos dos empregados da Caixa, dos bancários e de todos os trabalhadores”, diz Rita Lima.

O diretor de Comunicação e Imprensa da Fenae ressalta a necessidade de intensificar a mobilização por todo o país. “Tudo o que os trabalhadores conquistaram até hoje, foi com muita organização e luta. O debate coletivo, envolvendo as diferentes correntes do movimento sindical, possibilitou a construção de uma pauta que representa os diversos setores da classe trabalhadora”, avalia Moacir Carneiro.

Antes de caminharem em direção ao Congresso Nacional, onde a marcha foi encerrada, houve uma plenária para aprovar a pauta da classe trabalhadora. Na concentração, discursaram os presidentes das centrais sindicais - CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Pública e Intersindical Central, além de parlamentares e dirigentes sindicais.

“A carteira de trabalho com os direitos sociais, previdência, férias, tudo isso veio com muita luta. E agora nós temos uma pauta que para nós é fundamental no Congresso Nacional, que é a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários. Hoje o fim da escala 6x1 é um tema que está no Brasil inteiro. Porque a pessoa trabalha seis dias, só tem um dia para ficar em casa, com a família, com os filhos. Então a pauta do fim da escala 6x1 é extremamente importante para a gente”, ressaltou, o presidente da CUT, Sergio Nobre.

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A presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando dos Bancários, Juvandia Moreira, reforçou a importância da mobilização para conquistar avanços nos direitos da classe trabalhadora. “Estão aqui trabalhadores do campo, setor público e privado. A gente vai conversar no Congresso, vamos entregar nossa pauta para o presidente Lula. É importante nos mobilizarmos nas ruas e nas redes. Vamos à luta”, disse Juvandia.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, também esteve presente à marcha. “Temos uma série de reivindicações importantes para os trabalhadores que estão em discussão no Congresso Nacional, como por exemplo a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, a tributação do super ricos, e isenção do imposto de renda nossa PLR”, reforçou Neiva.

O coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e diretor da Fenae, Rafael Castro, destacou a importância da mobilização para avançar na igualdade de oportunidades. “A gente avançou na campanha de 2024, conseguindo que a Caixa fizesse uma proposta de alteração do estatuto para reservar 30% dos cargos de alta direção para as mulheres. É pouco ainda, precisa mais que isso. As mulheres são metade do nosso quadro, mas a gente ver os avanços acontecendo. Viemos reforçar com toda a classe trabalhadora.  A categoria bancária marcando presença com a representação dos bancários da Caixa, a Fenae, a Contraf-CUT, as Apcefs, sindicatos e demais entidades representativas dos empregados o banco”.

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 Ministros e parlamentares apoiam os trabalhadores

Dois ministros do Governo Lula manifestaram seu apoio à da pauta da classe trabalhadora. Luiz Marinho (Ministério do Trabalho) Márcio Macêdo (da Secretaria-Geral da Presidência da República) participaram da plenária que antecedeu a caminhada até o Congresso. Os ministros destacaram a importância do fim da escala 6x1 e que os trabalhadores paguem menos impostos.

O ministro do Trabalho destacou a mobilização da sociedade, em especial da classe trabalhadora, chamando a atenção dos governos de maneira geral, do Congresso Nacional e do Judiciário, para demandas importantes. “São debates importantíssimos e precisamos de muita unidade”, disse Marinho.

O ministro Márcio Macêdo destacou que a escala 6x1 é cruel e citou a importância de outras reivindicações como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. “É uma pauta vasta da classe trabalhadora, que nós do Governo Federal estamos acolhendo para discutir”, disse Márcio Macêdo.

A senadora Tereza Leitão (PT/PE) ressaltou a unidade das centrais sindicais para construir a jornada em defesa dos trabalhadores. “As centrais têm uma pauta que é estratégica não apenas para o trabalhador, mas para a sociedade. São pautas do desenvolvimento social do Brasil, de redução das desigualdades sociais”.

O senador Humberto Costa (PT/PE também marcou presença na marcha. “É com muita alegria estou representando o Partido dos Trabalhadores nesta grande manifestação, produzidas pelas centrais sindicais e pelas frentes nacionais, que tem como bandeiras principais desse enfrentamento a conquista do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, promovendo a ampliação do poder aquisitivo dos trabalhadores, e a luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários”.