Na última quinta-feira (27), durante cerimônia em Brasília, a Caixa Econômica Federal assinou protocolo de intenções com a Secretaria-Geral da Presidência da República e com os ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial, dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos e da Cidadania do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O lançamento visa promover ações de diversidade, inclusão e respeito às diferenças, levando o país e o banco público a fazerem parte da onda de transformação que a população brasileira deseja ver em todos os lugares e espaços de poder.
O evento foi prestigiado pela presidenta da Caixa, Maria Rita Serrano, e pelos ministros Márcio Macedo, Anielle Franco e por outras autoridades. Convidado, o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, participou do ato de formalização do protocolo para a promoção de ações de diversidade e inclusão social, assim como a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Juvandia Moreira.
Estiveram presentes ainda empregadas e empregados do banco público, gestores estratégicos, representantes sindicais e lideranças nacionais e regionais dos movimentos de negros e negras, mulheres, povos indígenas, pessoas com deficiência (PCDs) e LGBTQIAPN+. Um dos propósitos dessa festa cívico-democrática foi reafirmar a proteção a pessoas vítimas de preconceito e de discriminação.
O protocolo prevê o compartilhamento de boas práticas do governo federal e da Caixa que visem a manutenção de um ambiente de trabalho favorável à valorização da diversidade, da inclusão e do respeito às diferenças, além do enfrentamento a todas as formas de preconceito e dispensação no espaço corporativo. Como parte desse programa da Caixa em parceria com o governo Lula, estruturado em cinco eixos temáticos prioritários – equidade de gênero/mulheres na liderança, raça/cor, gerações, pessoa com deficiência e LGBTQIAPN+, será desenvolvido um guia conjunto de boas práticas que estimulem a inclusão e ações de capacitação, entre outras iniciativas.
A esse respeito, Sergio Takemoto lembra que, em diversas ocasiões, a Caixa sempre esteve na vanguarda das questões de diversidade. Nesse sentido, segundo ele, a assinatura do protocolo é muito positiva e sinaliza para ambientes de trabalho que realmente abranjam políticas de inclusão e promova a igualdade de oportunidades. “É uma ferramenta importante para o Brasil e para a Caixa, na busca por protagonismo e aprimoramento de práticas de diversidade, equidade e inclusão”, avalia.
O presidente da Fenae afirma que, agora, o passo seguinte se refere a que essas boas práticas alcancem os gestores e o conjunto de empregadas e de empregados, para que o tratamento igualitário de mulheres, negras e negros, PCDs e LGBTQIAPN+ venha a acontecer, de fato, dentro do banco público.
Na ocasião, logo no início da cerimônia, a presidenta da Caixa anunciou a retomada de parceria com o governo federal, dessa vez com projetos destinados às catadoras e aos catadores do Brasil.
Durante o evento, os protagonistas do ato de assinatura do protocolo de intenções falaram sobre a importância da atuação conjunta, Caixa e governo federal, para promover ações de diversidade e inclusão no setor público federal. Confira:
Rita Serrano, presidenta da Caixa
“O significado deste dia está expresso no respeito à diversidade e na criação das comissões de diversidade, atendendo assim a uma reivindicação antiga do movimento sindical. Essa parceria com os sindicatos é essencial para que possamos caminhar para um banco público plural que respeite as diferenças. Hoje, a alta administração da Caixa é composta por maioria de mulheres, uma das únicas empresas que registra essa condição.
A iniciativa foi criada para fortalecer o diálogo com as empregadas e com os empregados sobre diversas temáticas, a partir de cinco eixos prioritários: equidade de gênero, raça/cor, gerações, pessoas com deficiência e LGBTQIAPN+.
Na Caixa, o debate sobre a diversidade não é novo. A retomada dessa pauta se insere em um compromisso que é do governo federal, o do respeito à pluralidade. A diversidade, aliás, faz parte do Plano Estratégico Plurianual do banco, tal como ocorre no governo federal. Há a meta de, até 2026, ter nos cargos de chefia/direção a mesma proporcionalidade que existe no banco de mulheres, negros, PCDs, indígenas e LGBTIAPN+.
Hoje, a Caixa tem 45% de mulheres e queremos chegar a pelo menos até 46%, em 2026. Há ainda 27% de pessoas que se autodeclaram pretos e indígenas. Entretanto, nossa meta é chegar a ter nos cargos de chefia, no mínimo, empregadas e empregados de todos os segmentos da chamada minorias sociais, que incluem a população LGBTQIAPN+, indígenas, mulheres, negros, PCDs, pessoas de baixa renda e idosos.
Para os diferentes ocuparem espaços de poder, é preciso ter teimosia. O Brasil é plural e a pluralidade precisa ser respeitada. A assinatura do protocolo de intenções é um marco na história da Caixa, pois coloca o banco com protagonismo público em todos os sentidos, seja no respeito à pluralidade, na inclusão social, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira”.
Juvandia Moreira, presidenta da Contraf/CUT
“O momento da atual conjuntura brasileira é especial para reforçar a luta pela igualdade de todos e de todas. A cerimônia de hoje é um marco de luta antiga contra a discriminação e o preconceito no mercado de trabalho. Tivemos, como mulheres, que lutar até pelo direito de trabalhar e por igualdade salarial entre homens e mulheres. No setor bancário, por exemplo, a organização e a mobilização da categoria bancária têm resultado em avanços. Uma das nossas conquistas foi a igualdade de oportunidades e por respeito dentro dos bancos.
Os salários das bancárias ainda são 22% menores do que os dos bancários. Elas estão na base da pirâmide da carreira. Defendemos as mesmas oportunidades de ascensão profissional para as bancárias e lutamos contra a sub-representação de negros e negras, além de pessoas com deficiência.
Esse protocolo é também uma vitória contra o retrocesso civilizatório que vivemos nos últimos quatro anos, com a exclusão de políticas de diversidade. Agora, estamos retomando a reconstrução de um país feliz para todos e todas, com igualdade, sem discriminação, com respeito e sem violência.
É preciso também lutar contra a violência política. Deputadas federais estão sofrendo perseguição no Congresso Nacional, justamente por ocuparem cargos de liderança. Por isso, estamos aqui somando vozes em apoio às parlamentares e a todas as trabalhadoras, que batalham todos os dias pela vida, pela comida e por suas famílias. As deputadas que são alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, por suposta quebra de decoro parlamentar durante a votação do Marco Temporal dos Povos Indígenas, por terem se manifestado em favor dos direitos dos povos originários, são Celia Xakriabá (Psol/SP), Erika Kokay (PT/DF), Fernanda Melchionna (Psol/RS), Juliana Cardoso (PT/SP), Sâmia Bonfim (Psol/SP) e Talíria Petrone (Psol/RJ).
Parabéns à Caixa, parabéns ao presidente Lula e ao governo federal por colocarem a pauta da diversidade na agenda política do Brasil. Só vamos construir um país justo socialmente se combatermos as desigualdades em todos os aspectos que essa situação se mostra na sociedade”.
Elói Terena, secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas
“Momento importante para o Brasil e para sua população. Desde o início do processo colonial, os povos indígenas foram atacados por um projeto de colonização.
Agora, vivemos novos tempos. E, no governo Lula, temos um Ministério dos Povos Indígenas, com todo o peso cultural positivo que isto representa para a diversidade do Brasil multiétnico”.
Rita Oliveira, secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
“Ação importante para grupos populacionais em situação de extrema vulnerabilidade, que são a prioridade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Falamos de crianças e adolescentes, pessoas idosas, LGBTQIAPN+, PCDs, entre outros grupos. Esse protocolo nos anima porque vai frutificar em ações de promoção e defesa dos direitos humanos.
Nosso ministério criou a Coordenação-Geral de Direitos Humanos e Empresas, a fim de promover ações no setor corporativo. Como um banco/empresa pública, a Caixa dá um exemplo muito importante para o segmento empresarial público e privado.
Estamos animados, pois vamos fazer todas essas ações repercutirem não só nos ambientes institucionais da Caixa e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, mas, sobretudo, para a população atendida pela Caixa e para o público pelo qual o MDHC trabalha”.
Maria Helena, secretária-executiva do Ministério das Mulheres
“Fazer parte desta parceria é fortalecer o movimento por um mundo melhor. Toda a diversidade deve ser criativa, tanto para a solução das demandas quanto para a convivência com os outros, os diferentes”.
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial
“Esta cerimônia acontece na semana em que foi celebrado, em 25 de julho, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Emoção e honra por estarmos aqui. Eventos como esse fortalecem nosso movimento de combater o racismo, a misoginia, a xenofobia e tantas outras coisas. Tem sempre um geral que puxa o específico.
É preciso dar o exemplo de que a diversidade é possível, o diverso é possível. Pensamos em relação à responsabilidade, transversalidade, paridade. Tudo isso vem quando falamos da diversidade.
A Caixa tem uma história muito marcante na minha vida. Foi o primeiro lugar onde a milha família conseguiu comprar a casa própria. Chegamos bem cedo na agência e a minha mãe estava muito emocionada com aquele financiamento do imóvel, saindo de lá com um sorriso na cara, de juntar dinheiro por muitos e muitos anos. Emociono-me com tudo isso.
Aproveitamos o momento para agradecer às empregadas e aos empregados pelo trabalho que desenvolvem em prol do povo brasileiro. É um trabalho que faz a diferença na vida de muitas pessoas. Isso nos enche de orgulho”.
Márcio Macedo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República
“A vida e a política são feitas de gestos. A diversidade é um gesto por um Brasil democrático, que está sendo construído pelo presidente Lula.
Há um contexto histórico do Brasil, um país construído estruturalmente com preconceito e com um conceito elaborado pelas classes dominantes ao longo dos anos do que é ou não normal.
A sociedade brasileira foi construída em bases escravocratas, paternalistas, machistas, preconceituosas. Lutamos por um país diferente de tudo isso, que seja economicamente viável, socialmente justo, politicamente democrático e ambientalmente sustentável.
O cenário de assinatura do protocolo de intenções, na busca para promover a diversidade pela inclusão e respeito, dá um recado sobre qual o país que queremos. Está de parabéns a Caixa, notadamente por protagonizar esse processo de reconstrução democrática e soberana do Brasil”.
Comissões Regionais de Diversidade
Concluídos os atos de assinatura dos protocolos de intenções, houve a cerimônia de posse dos membros das cinco Comissões Regionais da Diversidade da Caixa, formadas por empregadas/empregados, representantes sindicais e gestores estratégicos do Programa de Diversidade e Inclusão do banco. Os membros dessas comissões possuem características identitárias diversas.
Caberá a essas instâncias promover o diálogo e discutir ações do Programa de Diversidade e Inclusão, levando em consideração aspectos inerentes à capilaridade da Caixa pública e social. Essas comissões estão situadas nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
As Comissões de Diversidade da Caixa assumem o desafio de fomentar discussões sobre diversas temáticas, atuando como multiplicadores da cultura de respeito e valorização da diversidade. Serão os representantes das empregadas e dos empregados em pautas de diversidade, inclusão e respeito às diferenças, buscando alinhar ainda o planejamento estratégico da Caixa às necessidades de cada região.