Enquanto milhões de brasileiros enfrentam aumentos recordes nas mensalidades dos planos de saúde, as empregadas e os empregados da Caixa Econômica Federal conquistaram uma vitória histórica: o reajuste zero no Saúde Caixa em 2025. A conquista, fruto de negociação e mobilização conduzida pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, que assessora a Contraf-CUT e o Comando Nacional dos Bancários nas negociações com o banco, representa um respiro em meio a uma década marcada pela escalada dos custos médicos.

Planos de saúde sobem até 383% em dez anos

Segundo levantamento da consultoria Arquitetos da Saúde, divulgado pelo jornal Valor Econômico em 8 de julho de 2025, os planos coletivos acumularam alta de 383,5% entre 2015 e 2025, enquanto os planos individuais subiram 146,48% no mesmo período — mais de quatro vezes a inflação oficial, medida pelo IPCA, que ficou em 84%.

A chamada “inflação médica” — que mede o avanço dos custos de consultas, exames, internações e medicamentos — chegou a 12,7% em 2025, acima da média global de 10,9%. O envelhecimento da população, novas tecnologias e a judicialização da saúde são apontados como fatores que pressionam os preços.
Esses aumentos vêm pesando nos orçamentos de empresas e trabalhadores. Hoje, 55% das companhias já repassam parte do custo do plano aos empregados, prática que vinha diminuindo até 2021, mas voltou a crescer diante da disparada dos preços.

Reajuste zero: um alívio conquistado pela mobilização

Nesse cenário, a manutenção das mensalidades e da coparticipação no Saúde Caixa ganha ainda mais relevância. A medida garante estabilidade no valor pago por empregadas, empregados e aposentados da Caixa, preservando o acesso à saúde de qualidade em um momento em que os custos do setor disparam.
O resultado é fruto direto da pressão e unidade da categoria. Em mesa de negociações com o banco, a representação sindical conseguiu manter as regras atuais de custeio sem aumento da participação dos empregados, frente a despesas cada vez maiores. “Essa conquista demonstra o quanto são fundamentais a organização e a negociação coletiva. Sem isso, o custo da assistência à saúde pesaria muito mais no bolso dos trabalhadores”, destacou o coordenador da CEE/Caixa, Felipe Pacheco.

Defesa do modelo e sustentabilidade

O acordo também reafirma a importância do Saúde Caixa como um plano de autogestão, modelo que se diferencia dos planos comerciais e visa garantir o equilíbrio entre sustentabilidade e proteção aos empregados.

“A manutenção desse modelo depende do compromisso coletivo de empregados e da empresa, que compartilham custos e responsabilidades”, observou o diretor e representante da Contraf-CUT na CEE, Rafael de Castro.

Leia matéria com respostas detalhadas às dúvidas mais frequentes sobre a proposta do ACT Saúde Caixa, esclarecendo pontos como cobertura, coparticipação e os critérios de custeio.

“A transparência nas informações é essencial para fortalecer a confiança da categoria e evitar desinformação neste processo de aprovação do acordo”, observou Rafael.
Em um país onde os planos de saúde se tornaram um peso crescente para famílias e empresas, o reajuste zero obtido pelos empregados da Caixa simboliza mais do que um resultado financeiro — é uma vitória coletiva pela valorização do trabalho e pelo direito à saúde.

“Manter o Saúde Caixa forte e acessível é defender não só um benefício, mas uma conquista civilizatória dentro da empresa pública”, resumiu o coordenador da CEE/Caixa, Felipe Pacheco.

 
Fonte: Contraf-CUT