A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) participou da apresentação dos resultados do quadrimestre da Funcef, nesta segunda-feira (9). Todos os planos de benefício superaram a meta atuarial. 

A performance foi impulsionada pela valorização da bolsa, por ajustes estratégicos na alocação dos investimentos e pela aplicação da Resolução CNPC nº 61/2024, que autorizou a marcação na curva de títulos públicos de longo prazo, de acordo com as características de cada plano.

As rentabilidades até abril foram de 4,15% para REG/Replan Saldado; 4,28% para REG/Replan Não Saldado. 4,50% para Novo Plano BD e 4,34% para REB BD. Novo Plano CD e REB CD não tem meta atual sendo utilizada apenas como referência; os resultados foram, respectivamente, 5,44% e 5,83%.

Desempenho por segmento - Os planos da Funcef apresentaram desempenho positivo especialmente na renda fixa e nas operações com participantes (CredPlan), que superaram a meta atuarial em todos os planos de benefício definido. No REG/Replan Saldado, por exemplo, a renda fixa rendeu 4,53% e os empréstimos, 4,58%. No Reg Replan Não Saldado, a rentabilidade alcançou 4,61% e 4,72%, respectivamente.

Nos planos de contribuição definida (Novo Plano CD e REB CD), os destaques foram a renda variável, com ganhos acima de 11%, e a renda fixa, as duas acima da meta. Já segmentos como investimentos estruturados, exterior e outros investimentos ficaram abaixo da meta.

Utilização de recursos antecipados pela Caixa -Durante a reunião, a Funcef informou que a Caixa antecipou o valor de R$ 2,6 bilhões referente à sua parte no equacionamento do REG/Replan Saldado, conforme previsto na proposta de redução das contribuições extraordinárias. O valor total da patrocinadora no acordo é de R$ 3,1 bilhões. 

O valor antecipado pela Caixa foi utilizado pela Funcef para a aquisição de títulos públicos com vencimento entre 2035 e 2055, remunerados a uma taxa média de 7,15% + IPCA, acima da meta atuarial. Os investimentos foram integralmente direcionados ao REG/Replan Saldado, reforçando a estratégia de imunização adotada pela Fundação.

Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, os dados apresentados demonstram que a Fundação tem adotado uma gestão consistente e estratégias eficientes de investimento. No entanto, lamenta que esse resultado tenha vindo às custas da retirada de direitos dos participantes.

“Os resultados são gratificantes e mostram que a gestão da Funcef tem sido muito eficiente na condução dos investimentos. Ao mesmo tempo, é triste saber que esse desempenho poderia ter sido alcançado sem a retirada de direitos. Se tivessem sido considerados o aumento da meta atuarial, o alongamento do prazo e o acordo sobre o contencioso, não seria necessário impor tantos sacrifícios aos participantes”, avaliou. “Quando se retira direitos, dificilmente se recupera. Esperamos ver o mesmo empenho agora para reverter essas perdas”, afirmou Takemoto.

Takemoto também cobrou participação das entidades no debate sobre as necessárias mudanças no estatuto, como não permitir mudança no regulamento dos planos com voto de minerva. “É fundamental que a diretoria da Funcef provoque as entidades para esse debate. Poderia, inclusive, convocar uma reunião para apresentar os estudos do Grupo de Trabalho sobre esse tema”, completou.