Nesta quarta (17), a Caixa Econômica Federal emitiu um comunicado ao mercado e a sociedade em geral, informando a decisão do seu Conselho de Administração de migrar a operação de loterias para uma subsidiária. A Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) estão mobilizadas para tentar barrar a mudança.

Para o presidente da Federação, Sergio Takemoto, a medida representa um ataque ao banco. “Nós temos defendido o fortalecimento da Caixa e a modernização do parque tecnológico de todo o banco para enfrentar os futuros desafios.  E o que nós vemos com essa medida é a retirada de uma operação importante com a argumentação de que visa modernizá-la”, frisou.

A Fenae está avaliando com sua assessoria parlamentar e jurídica medidas para evitar os prejuízos que a transferência das loterias pode causar ao banco e a sociedade em geral. 

Desde o mês passado, quando Conselho de Administração da Caixa convocou uma reunião, em caráter de urgência, para debater a proposta de transferência das operações das loterias federais para uma empresa subsidiária, que a Fenae e demais entidades representativas dos empregados estão mobilizadas, buscando apoio de parlamentares contra a ação.

Por intermédio da articulação da Fenae com parlamentares, a pedido da deputada Erika Kokay (PT/DF) e do deputado Tadeu Veneri (PT/PR), foi realizada uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados, no dia 3 de abril, para debater o assunto.

A Fenae e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Sistema Financeiro (Contraf-CUT) encaminharam carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em que manifestaram posicionamento contrário à ação. Os trabalhadores do banco público também realizaram ato público em Brasília para barrar a medida.

As loterias federais são operadas exclusivamente pela Caixa desde 1962.  É justamente a administração centralizada no banco público que viabiliza o cumprimento de seu papel social. Cerca de 40% da arrecadação são destinados para áreas como saúde, seguridade social, esporte, cultura, segurança pública e educação, incluindo programas como o Fies. Apenas em 2023, dos R$ 23,4 bilhões arrecadados, R$ 9,2 bilhões foram direcionados para essas áreas sociais.