Na manhã desta quinta-feira (27), o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, visitou o projeto social Sou Porque Somos – Ubuntu na Luta pelo Feminicídio Zero.  A iniciativa da Fenae e da Apcef/MA, em parceria com a ONG Moradia e Cidadania e com a Associação dos Remanescentes Quilombolas Urbanos, atende um grupo de 40 mulheres da 1ª Travessa Nossa Senhora das Graças do bairro Liberdade, na periferia de São Luís (MA). 

Na visita ao projeto maranhense, Sergio Takemoto destacou a satisfação de os empregados da Caixa manterem as associações de pessoal e a Moradia e Cidadania, situação que propicia a realização de parcerias na área de responsabilidade social. “É sempre uma emoção ver a transformação que o projeto faz, porque nossa colaboração ainda é pouca e muito pequena. Herbert José de Souza – mais conhecido como Betinho (1935-1997) e Paulo Freire (1921-1997) são referências para os trabalhadores e para o país, no que se refere à necessidade de termos democracia com igualdade de oportunidades”, reforçou o presidente da Fenae. 

Sergio Takemoto disse que, por esse prisma, a esperança de correr atrás incentiva a luta por um mundo melhor e com mais igualdade e oportunidades para as pessoas. E acrescentou: “Precisamos ter unidade em tudo que fazemos. O povo só precisa de uma oportunidade para poder mostrar sua capacidade. Precisamos, então, estar de braços dados para mudarmos a nossa realidade”, reforçou.   

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Além de Takemoto, o encontro maranhense contou com a participação de Giselle Menezes (presidente da Apcef/MA, diretora de Impacto Social da Fenae e coordenadora estadual da ONG Moradia e Cidadania), Josanira Luz (coordenadora do curso e integrante do grupo de mulheres negra Mãe Andresa – parceira do projeto) e da Eunice Chê, uma das primeiras voluntárias da ONG Moradia e Cidadania no Maranhão. 

A presidenta da Apcef/MA, Giselle Menezes, destacou o compromisso coletivo com ações que transformam vidas e fortalecem territórios, creditando a cada iniciativa a geração de impacto real, construído lado a lado com as mulheres que participam deste projeto. “Os cursos de vassouras ecológicas e de comunicação são instrumento de autonomia, geração de renda, fortalecimento da autoestima e de enfrentamento ao feminicídio. Quando uma mulher descobre suas capacidades, amplia sua voz e conquista independência econômica, ela também rompe ciclos de violência. Por isso, o trabalho Sou Porque Somos – Ubuntu na Luta pelo Feminicídio Zero tem um significado tão profundo”, ressaltou a presidenta da associação maranhense.

Para a voluntária da ONG Moradia e Cidadania, Eunice Chê, a iniciativa do projeto beneficia mulheres em situação de vulnerabilidade por meio da produção de vassouras ecológicas, unindo capacitação profissional, palestras e rodas de conversa voltadas para geração de renda e bem viver. “O grupo Coletivo Nós, que atua nas periferias da capital maranhense, mirando o fortalecimento e empoderamento de mulheres, além de empreendimentos solidários, apoia essa ação com sua parceria. O projeto Sou Porque Somos – Ubuntu na Luta pelo Feminicídio Zero, certamente, trará um impacto significativo na vida de muitas mulheres”, reforçou Eunice. 

“A iniciativa do projeto Sou Porque Somos – Ubuntu na Luta pelo Feminicídio Zero é tão necessária. Estamos no território da liberdade, o maior quilombo urbano da América Latina, que reúne mulheres dos municípios de Alcântara, Guimarães, Cururupu e Mirinzal, numa diversidade cultural muito importante. Mulheres que criam um espaço de troca de saberes, fortalecimento de vínculos e valorização da identidade”, discorreu Josanira Luz, coordenadora do curso e uma das parceiras do projeto. 

Segundo ela, o projeto maranhense celebra solidariedade, amor e transformação social, pois o território é de resistência, alegria e cultura, do Bumba Meu Boi à Avenida do Reggae. E concluiu: “Iniciativas como esta fortalecem mulheres, antes vulneráveis e que agora atuam em torno de uma oportunidade para florescer. Acreditamos que outra sociedade é possível, a construída na partilha, no cuidado e no bem viver”.     

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Informações sobre o projeto maranhense

O projeto é de empoderamento de mulheres e meninas e aponta para a quebra de ciclos de violência e exclusão. Busca, também, fortalecer políticas públicas existentes e valorizar a identidade cultural da comunidade do bairro Liberdade e adjacências (Camboa, Vila Gorete, Fé em Deus, Centro e Monte Castelo), por meio de ações educativas, culturais e econômicas. O foco é a prevenção da violência de gênero, o fortalecimento do protagonismo feminino e a promoção de condições para uma vida digna e sustentável.

Desde que começou a operar, o projeto Sou Porque Somos – Ubuntu na Luta pelo Feminicídio Zero realiza oficinas e rodas de conversa trimestrais, nas quais os debates abordam questões relativas a gênero, violência, racismo e pertencimento étnico-racial, sempre na perspectiva do fortalecimento da consciência e dos direitos das mulheres e meninas.

Outras prioridades são a capacitação em ferramentas de comunicação popular e a autonomia econômica, articuladas com a valorização cultural e o estímulo ao fazer artesanato no cotidiano de mulheres e meninas, como instrumento de geração de renda e expressão cultural.