A Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) manifestou apoio ao pleito apresentado por uma comissão de empregados da Corregedoria da Caixa (CORED), formada por assessores executivos que atuam na atividade correcional da empresa. O grupo solicita ainda que a Caixa analise e encaminhe o estudo técnico elaborado pela própria Corregedoria em 2023, que propõe a criação de uma carreira específica para a atividade, com função própria e estrutura de encarreiramento em níveis, a exemplo do modelo já existente na Auditoria do banco.

Segundo os empregados, a demanda é fruto de um processo que se arrasta há anos. A atividade de apuração disciplinar, originalmente exercida pela Auditoria, foi transferida para a Corregedoria em 2015, ano de sua criação. Para viabilizar a nova estrutura, a Caixa utilizou provisoriamente a função de assessor executivo, por entender que seria uma solução temporária até que a carreira correcional fosse devidamente estruturada. Apesar da expansão da CORED, do aumento de complexidade das atividades e da consolidação do trabalho, essa evolução ainda não ocorreu.

Desde então, a unidade passou de 16 empregados para mais de 200, ampliou sua rede para o território nacional, criou novas gerências, coordenações regionais e estrutura própria, tornando-se referência no Sistema de Correição do Poder Executivo Federal (SISCOR). 

A Corregedoria da Caixa consolidou-se como muito mais do que um órgão de apuração disciplinar. Hoje, sua atuação é estratégica, abrangendo prevenção, ações educacionais corporativas e recuperação de prejuízos, fortalecendo a integridade corporativa e a governança da empresa. Esse protagonismo é reconhecido nacionalmente: por suas iniciativas inovadoras, a Corregedoria tem sido premiada pela Controladoria-Geral da União (CGU) no concurso de “Boas Práticas Correcionais”, garantindo destaque à Caixa em quatro edições consecutivas — 2020, 2021, 2023 e, mais recentemente, 2025, conforme resultado divulgado no último dia 31 de outubro, reconhecimento alcançado por apenas uma outra instituição federal.

Esses reconhecimentos evidenciam que a área não apenas cumpre sua missão, mas eleva o padrão de excelência no Sistema de Correição do Poder Executivo Federal. A relevância do trabalho correcional foi reforçada ainda mais a partir de episódios de grande repercussão institucional no país, que consolidaram sua atuação como pilar da governança e da integridade corporativa, como foi o caso das denúncias de assédio moral e sexual na gestão Pedro Guimarães.

Apesar disso, os empregados afirmam que permanecem com a mesma estrutura provisória de função criada em 2015, sem carreira, níveis de progressão ou linha sucessória. Eles relatam que, por atuarem em uma estrutura que não pontua em processos seletivos internos, enfrentam barreiras de mobilidade na própria estatal, desestímulo profissional e insegurança quanto ao futuro na carreira. 

A comissão formada pelos assessores executivos é respaldada por um abaixo-assinado assinado pela maioria da categoria e foi formalizada em ata. O grupo busca dar visibilidade institucional ao tema e solicita que o estudo técnico elaborado pela Corregedoria, concluído e encaminhado à área de Pessoas em 2023, seja analisado e considerado no novo Plano de Funções Gratificadas (PFG) em construção pela Caixa.

A comissão destaca que não apresenta uma proposta própria e que não reivindica criação de cargos adicionais, mas sim a análise e eventual implementação do estudo técnico oficial já produzido pela Corregedoria, que prevê níveis estruturados de carreira e função específica para a atividade correcional. Segundo os empregados, trata-se de uma medida necessária para garantir reconhecimento, valorização e coerência com o nível de maturidade alcançado pela área, que compõe o Sistema de Integridade da Caixa ao lado de Auditoria, Risco e Ouvidoria.

“A Fenae reforça seu compromisso com a valorização dos trabalhadores e com o fortalecimento das áreas estratégicas da Caixa, ressaltando que o reconhecimento institucional do corpo técnico responsável pela integridade corporativa é fundamental para uma empresa pública forte, ética e comprometida com os interesses da sociedade e de seus empregados. Seguiremos acompanhando o tema, defendendo o diálogo entre as partes envolvidas e a transparência, especialmente em um momento estratégico de revisão do plano de funções da empresa”, garantiu o presidente da Federação, Sergio Takemoto.