As filiais de gestão de pessoas na Caixa foram extintas em 2021. Nesses dois últimos anos, conforme as entidades sindicais e associativos, o atendimento às demandas dos empregados ficou comprometida.  Durante visita à Universidade Caixa, nesta terça (13), a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), voltou a cobrar da direção do banco a recriação das Gipes.

“Queremos uma gestão de fato humanizada e a área de pessoas é a que lida com as questões relacionadas ao dia a dia de trabalho dos colegas. É urgente a revisão dos processos para diminuir o adoecimento, especialmente os decorrentes de assédio em razão das metas”, disse Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da CEE/Caixa.

Os representantes da Caixa alegaram que o assunto está em análise e que para este ano não há previsão orçamentária. A CEE tem recebido relatos de empregados sobre a piora significativa no atendimento de suas demandas por conta do fim das filiais de gestão de pessoas.

O movimento sindical bancário sempre defendeu a necessidade de uma área específica de gestão de pessoas, considerada imprescindível não só para o processo de reconstrução da Caixa que o Brasil precisa, mas também para o cuidado com seus trabalhadores. 

Para as representações dos empregados, com a volta recente da vice-presidência de Pessoas (Vipes), também extinta no primeiro semestre de 2021, é importante que a direção da Caixa também recrie as Gipes.

A visita institucional à Universidade Corporativa Caixa, em Brasília (DF), contou com a participação de membros da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e do presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto. Os dirigentes associativos e sindicais foram recebidos pelo vice-presidente de Pessoas, Sergio Mendonça; e outros gestores da área. 

Outro ponto debatido no encontro foi ampliação da oferta de programas de formação. A Comissão reivindicou ainda que os cursos sejam realizados durante o horário de trabalho, conforme está previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e trilhas temáticas na UC (Universidade Caixa) Play fora do ambiente Caixa.

A CEE avalia que a Universidade Caixa precisa ser fortalecida através das ações presenciais e a Caixa sinalizou positivamente a esta demanda. Os representantes dos empregados criticaram as certificações sem tempo de estudo para o pessoal da agência, apenas para cumprir metas.

“A Universidade Caixa deve não apenas disponibilizar os cursos, mas manter programas de formação que permitam que as pessoas estudem com calma, de preferência presencialmente, assimilem os conhecimentos e os utilize para seu desenvolvimento profissional e pessoal e para a melhoria do atendimento dos clientes e de toda a população brasileira, sobretudo das pessoas mais carentes, que dependem dos programas sociais do governo federal”, disse Fabiana Uehara.

Vipes
Os representantes do banco apresentaram a estrutura da Vice-Presidência de Pessoas (Vipes) e da Universidade Caixa. Os membros da Comissão consideraram a nova estrutura Vipes um avanço, com resgate de um atendimento mais próximo como havia antes.

“É importante essa oportunidade de estreitar o relacionamento das entidades com a Caixa, para reforçarmos as demandas que chegam até nós. Reivindicamos uma nova negociação da mesa permanente e esperamos em breve ter resposta dessa agenda”, disse a diretora Executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil.

Cursos de Integração

Atendendo uma reivindicação das entidades sindicais e associativas, a Caixa anunciou a retomada dos cursos de integração. Assim que o banco anunciou a contratação de 800 novos empregados, a Fenae e Contraf/CUT cobraram a participação das entidades associativas e sindicais no curso de integração.

Entidades como a Fenae, Contraf/CUT, Apcefs, sindicatos de bancários e Funcef sempre participaram desses encontros, que deixaram de ser realizados no governo anterior.

“Através desses espaços institucionais os novos contratados descobrem o valor e a importância dos movimentos associativo e sindical nas conquistas para a categoria. A unidade dos novos trabalhadores em torno das entidades representativas é determinante para a mobilização em defesa da Caixa pública/social e contra a retirada de direitos, com foco na melhoria das condições de trabalho e no esforço por um Brasil mais justo, democrático e soberano”, diz Sergio Takemoto, presidente da Fenae