Reportagem da Folha de S. Paulo publicada nessa segunda-feira (10) informou sobre os desdobramentos na Justiça dos casos de assédio praticados pelo ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães. O jornal ouviu a opinião do presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, sobre o assunto.

"Na questão do assédio sexual, o que todo mundo espera é que haja justiça. Que a justiça seja feita e que haja punição dos culpados. Essa é a expectativa de todos os empregados”, disse Takemoto ao veículo.

No final de março, Pedro Guimarães se tornou réu pelos casos de assédio sexual praticados contra empregadas do banco. A denúncia aceita pela Justiça Federal foi ajuizada em Brasília pelo Ministério Público Federal (MPF).

Em outra ação, o Ministério Público do Trabalho (MPT) pede à Justiça a condenação do ex-presidente da instituição ao pagamento de R$ 30,5 milhões pelos danos causados às mulheres. O processo também inclui a Caixa, mas o banco entrou em acordo com o MPT e vai pagar R$ 10 milhões de indenização, em vez de R$ 305 milhões solicitados pelo órgão. 

À Folha, Sergio Takemoto também comentou sobre esta ação e informou que qualquer prejuízo à Caixa representa perda também para a população. “Ônus para a empresa significa ônus para a sociedade. A responsabilidade pelo pagamento deve ser de quem causou isso. A Caixa tem que cobrar os responsáveis por essa pena", afirmou.

O presidente da Fenae destacou, ainda, a mudança no clima da empresa para um ambiente mais saudável após a chegada da nova gestão. E reforçou a cobrança para que os empregados e as entidades participem das formulações de toda e qualquer medida de combate ao assédio dentro do banco. “Uma coisa que a gente está pleiteando é que a Caixa faça esse acordo, mas que as medidas implementadas, que todos os programas que venham a ser implementados, que haja a participação das entidades no acompanhamento e formulação”, informou.

Outra condenação – A Caixa também responde a outro processo na Justiça em função de conduta assediadora de Guimarães. Em dezembro de 2021, vídeos amplamente divulgados pela imprensa mostraram os empregados do banco realizando exercícios de flexões, a mando do presidente do banco, em evento da empresa. A condição humilhante a que foram submetidos os empregados provocou um processo movido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Caixa foi condenada, no último mês, ao pagamento de R$ 3,5 milhões pelo acontecimento. A Caixa ainda pode recorrer.