As manifestações das entidades sindicais e associativas contra a precarização das condições de trabalho na Caixa e o fatiamento do banco público parecem estar incomodando a direção da empresa. No último dia 30 de dezembro, a Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal de São Paulo (Apcef/SP) e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, foram notificados em ação judicial que está sendo movida pela Caixa.
As duas entidades não podem divulgar o teor da ação em função do sigilo de Justiça solicitado ao juízo pela Caixa.
O presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros, lembra que associação atua dentro das atribuições do seu estatuto, que prevê a defesa dos interesses e direitos de seus associados na relação de trabalho com a Caixa, e de acordo com a previsão legal de liberdade de crítica, de expressão e de opinião. “Nada vai nos fazer esmorecer deste compromisso de defender os empregados contra os desmandos dos dirigentes da empresa”, enfatizou.
Já a presidenta do Sindicato dos Bancário de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, ressalta que a luta da entidade sindical sempre será em defesa dos trabalhadores e pela manutenção da Caixa 100% pública. “Não vamos nos calar frente o desmonte do governo com os bancos públicos, que afeta não somente os bancários, mas toda a população porque prejudica o financiamento da habitação, agricultura, obras de infraestrutura, projetos de geração de renda e políticas sociais, entre outros", acrescenta ela.
Cerceamento
O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) condena a tentativa da direção do banco público de cercear a atuação das entidades associativas e sindicais.
“É papel das Apcefs e dos sindicatos defender os direitos dos trabalhadores e a Caixa 100% pública. O que temos denunciado são medidas, unilaterais, que vem sendo adotadas pela atual gestão, que precarizam as condições de trabalho, retiram direitos e reduzem o papel social da empresa. O objetivo é enfraquecer a Caixa, para depois privatizá-la”, alertou Sergio Takemoto, presidente da entidade.